Os gigantes do mercado varejista de farmácias
Chega ao Brasil, pela compra do controle acionário da Drogaria Onofre, a CVS Caremark, tradicional redes de farmácias dos EUA, com mais de 7mil lojas em 43 estados americanos, e em cujas gôndolas ostenta desde salgadinhos, frutas, sucos, chocolates, até produtos eletrônicos.
Nasceu Consumer Value Stores em 1963 vendendo cosméticos e outros produtos de saúde sem prescrição médica. Em 19 67 começa a operar com farmácias de prescrição. Cresceu dentro dos EUA através de aquisições, que se acentuaram a partir dos anos 90.
A CVS não foi pioneira internacional a tentar o mercado brasileiro. Teve antecessores não bem sucedidos como o grupo chileno Farmacias Ahumada S/A (Fasa) que em 2000 comprou a Drogamed, maior rede de farmácias do Paraná, e que vendeu o controle em 2006 com prejuízo de US$ 9 milhões em relação ao montante investido.
Há menos de 1 mês o consórcio farmacêutico mexicano Grupo Casa Saba vendeu para a brasileira Profarma as marcas Drogasmil e Farmalife adquirida em 2010.
Se o crescimento da CVS no Brasil ocorrer via aquisições, encontrará interlocutores poderosos, pois o varejo farmacêutico experimenta rápido processo de concentração desde 2011 com a formação de grandes redes.
A união da Raia e Drogasil em São Paulo formou um grupo com 720 lojas concentradas em principalmente em São Paulo (480 lojas) e presente também em Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal. A BrPharma do Banco Pactual conta com 1081 lojas em 19 estados do país, com as bandeiras Farmais com 359 lojas no sul e sudeste, Rosário Distrital com 105 lojas no centro oeste, Farmácias Guararapes com 80 lojas no Nordeste, Mais Economica com 194 lojas em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Big Ben com 228 lojas no Pará, Estrela Galdino na Bahia com 14 lojas, e Farmácias Sant’Ana com 101 lojas em Salvador.
A fusão da paulista Drogaria São Paulo com a carioca Pacheco, criou uma rede de 691 lojas em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo.
Outros players regionais crescem por aquisições e organicamente como a paranaense Nissei entrando em Santa Catarina e São Paulo e a gaúcha Panvel presente em Santa Catarina e Paraná.
Nas fusões evidencia-se a manutenção das bandeiras e a peculiaridade das operações, uma vez que os estados têm legislações diferentes que determinam o sortimento das lojas, desde a liberação de apenas medicamentos e produtos de higiene e beleza, até o sortimento de lojas de conveniência.
Outro desafio para os entrantes é que as farmácias regionais (hoje tendendo a nacionais) contam com extrema capilaridade em pontos estratégicos, o que é fundamental para o negócio.
Também, os grandes players de alimentação, Carrefour, Extra e Walmart, entram neste mercado com toda sua força de atração de público e de logística, embora ainda enfrentem dificuldades pelo não conhecimento do cliente local, e a menor velocidade de reação que os players tradicionais.
Esta consolidação do mercado farmacêutico reflete a disputa pelo segmento de perfumaria, já que no Brasil as redes de perfumarias não são estruturadas e fortalecidas como em outros países.
Recentemente, a chegada da Sephora alimentou ainda mais esta contenda pelo espaço em perfumaria, e deixou as mulheres ávidas para ver o mercado brasileiro da beleza tão atraente como o dos EUA.
Como se vê varejo de farmacêutico promete muitas emoções nos próximos anos num embate de gigantes.
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