Na postagem anterior falei da paciência da shopper quanto a determinados aspectos das lojas, como desarrumação de produtos, mecanismos de segurança incômodos, além da falta de tempo ou preparo dos atendentes para ajudar os clientes.
E precisava de paciência ainda maior diante da incontável digitação dos códigos dos produtos antes do uso do código de barras!
O código de barras teve sua primeira utilização no Varejo em 1974 nos Estados Unidos. Após dez anos o uso desta tecnologia estava em apenas seis países, inclusive no Brasil, e levou mais uma década para se universalizar.
Aquele desenvolvimento tecnológico deu início a uma nova era no varejo, acelerando os processos de finalização das compras e otimizando o controle do estoque.
Atualmente a tecnologia RFID (Radio Frequence Identification), tecnologia de identificação eletrônica por radiofrequência, está desenhando a era do Varejo 3.0, muito além do que conhecemos na nossa experiência de compra habitual.
A utilização do RFID possibilita uma compra mais rápida, com equipamentos de segurança não visíveis e, portanto, sem incômodo à experimentação dos produtos, possibilita a otimização dos recursos humanos da empresa, reduzindo custos de arrumação de loja, inventário, controle e reposição de estoques, além de permitir uma experiência gratificante de compra.
O RFID teve sua primeira aplicação durante a Segunda Guerra Mundial, quando foi usado pelas forças britânicas para identificar seus aviões. Depois de 30 anos de evolução, com a associação do RFID às técnicas digitais de tratamento de dados, chegou a possibilidade de ampla disseminação no varejo.
O Wal-Mart nos EUA foi o líder da implantação desta tecnologia em loja, implementando em parceria com 100 fornecedores o uso de etiquetas inteligentes que permitem recuperar, a distância, sem fio, as informações do produto.
A Billabong do Shopping Iguatemi Alphaville em parceria com a Vip Systems é a primeira loja no Brasil a utilizar a tecnologia de forma ampla.
De acordo com Fabián Romano, CEO da Vip-Systems, na loja de aproximadamente 90 metros quadrados o sistema instalado custou cerca de 60 mil reais, incluindo equipamentos. Cada etiqueta a ser aplicada nas peças tem o custo de 40 centavos de reais.
A experiência se inicia na entrada da loja onde existe um catálogo interativo e os clientes podem virar as páginas e ver a coleção, sem tocar na tela, graças a um sensor.
Andando pela loja depara-se com merchadising holográfico que cria grande impressão, agregando experiência, com a criação de um ambiente virtual na loja física.
Na sequência o cliente pode fazer uso de um espelho interativo onde é possível experimentar óculos de forma virtual e enviar a foto a amigos por email ou por uma rede social.
A estrela da loja é o “provador inteligente” cujo monitor aponta quais roupas entraram na cabine dando ao shopper alternativas de cores, tamanhos e sugestão de combinações com outras peças de roupa. O monitor traz também o nome e a foto do vendedor e permite o envio de torpedos para pedidos de cores, tamanhos ou das peças adicionais sugeridas.
Em que pese todas estes usos para criar experiência e facilidades na compra, o que mais chama a atenção são as possibilidades para a gestão do negócio.
Imagine a rapidez de passar pelo caixa um cesto de roupas com vários itens que serão lidos, registrados e terão o sistema de segurança desativado sem que as roupas sejam tiradas do cesto.
Imagine também um sistema que aponte produtos fora de lugar, tentativa de furtos, além das necessidades de ressuprimento e o controle de estoque em tempo real.
O melhor, um sistema que permite que o inventário da loja seja feito de forma quase mágica. Apontando uma espécie de “revólver” para as prateleiras, é feito o registro de todos os produtos em segundos. Para ter uma ideia, em 15 segundos foram contadas 500 SKUs da loja que tem cerca de 5000.
Este é o Varejo 3.0 que agrega além da otimização da gestão, a experiência de compra e a interatividade do shopper com loja e as marcas.
Benvindo ao futuro!
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