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Na minha experiência como pesquisadora do comportamento dos shoppers, posso afirmar que as mulheres brasileiras – bem mais que os homens – são muito persistentes na compra e até compreensivas com o varejo e seus processos. Isto é, se os produtos forem bons e houver a sensação de “bom negócio”, estas compradoras acabam felizes por suas aquisições mesmo que a loja não seja tão amigável e que o processo de compra seja difícil ou moroso.
Entretanto, as compradoras, inclusive as de classe C, passam mais e mais a desejar as boas oportunidades de negócios em lojas mais confortáveis que entreguem uma experiência de compra prazerosa e rápida, aliada a bons preços.
Quando o assunto é Vestuário e Calçados aos atributos determinantes como moda, qualidade, preço e condições de pagamento,somam-se demandas quanto a melhores processos de compra em especial em lojas de grandes dimensões.
As lojas de auto serviço são escolhidas pelo seu público pela liberdade de escolha, pelos preços e crédito, além da qualidade crescente dos produtos.
Nestas lojas, as compradoras estão expostas à logica de exposição de cada empresa varejista. O primeiro vetor da exposição é sempre o gênero, mas, além disto, todos os demais elementos da árvore decisória podem ser distintos.
No Vestuário adulto pode haver a exposição primária ou por estilos, ou por marcas, ou por cores, ou por tamanhos. No infantil depois do gênero, o início da árvore pode ser por idade, ou por marca, ou por personagem ou por cores ou por modelos.
No caso de Calçados pode haver a exposição dentro da área de Vestuário categorizada, ou seja, pode estar dentro de determinado estilo, ou todos juntos fora do Vestuário.
Os gestores de categorias dão soluções de exposição de acordo com os objetivos estratégicos da loja e das marcas parceiras.
Some-se a esta complexidade de exposição, a dinâmica do movimento durante o dia, onde os compradores tiram as peças de lugar, misturam produtos, cores e marcas demandando grande esforço de arrumação da loja.
Diante deste quadro de exposição complexa, as compradoras, embora entendam o conceito de auto serviço, muitas vezes, buscam assistência junto a funcionários – que podem ser apenas repositores – para saberem se existe numeração ou cores, conferir preços etc.
Além disto, as compradoras incomodam-se com os mecanismos de segurança das peças quando estes atrapalham a experimentação, em especial das roupas íntimas e dos calçados.
Também neste caso tendem a pedir que o mecanismo seja retirado para experimentação ocupando ainda mais a atenção dos funcionários da loja.
As mulheres entendem as motivações de segurança, implicando nos mecanismos por vezes incômodos. Compreendem também a dificuldade de arrumação da loja durante o dia ocasionado produtos fora de lugar.
Claro que também sabem que a ausência ou pequeno número de vendedores decorre da proposta de auto serviço da loja. Contudo este é um aspecto mais controverso, pois nenhuma delas quer o vendedor por perto tirando sua liberdade, mas exigem sua presença em caso de dúvidas ou necessidades específicas.
Foi pensando em todos estes reclamos que eu vi a introdução da tecnologia RFID no Brasil como capaz de ir de encontro a todas as necessidades.
A introdução desta tecnologia altera de forma profunda os sistemas de segurança, os processos de arrumação de loja e, portanto, a disponibilidade das pessoas no atendimento.
Além disto, auxilia em processos invisíveis aos clientes, como inventário de loja, controle de quebra de estoque podendo implicar em redução de custos.
Vou falar especificamente de um caso brasileiro com esta tecnologia na próxima postagem.
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